Lista de antibióticos atualizada + tudo sobre legislação, receitas e vendas pela internet

Para quem trabalha no varejo farmacêutico, é indispensável conhecer não somente a lista de antibióticos, mas todas as questões legais que envolvem essas substâncias.

Afinal, há uma legislação especial sobre elas devido ao fato de que elas envolvem riscos à saúde, não podendo ser livremente consumidas pela população.

Entretanto, o último Relatório sobre Vigilância no Consumo de Antibióticos, da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta para um alto consumo de antibióticos no Brasil. 

O Brasil ocupa a 17a posição no ranking mundial em consumo desses medicamentos, à frente de todos os países da Europa e das Américas.

Isso em um cenário em que há uma preocupação constante em todo o planeta no sentido de diminuir e controlar o uso indiscriminado dessas substâncias.

Assim, conhecer a lista de antibióticos e a legislação correspondente é alinhar-se a um movimento global com fins de promoção e preservação da saúde.

Hoje, apresentamos a lista oficial completa dos antimicrobianos registrados na Anvisa e discutimos os perigos do consumo desenfreado dessas substâncias. 

Ao longo do artigo, respondemos diversas dúvidas frequentes, e ainda, abordamos a questão da venda de antibióticos pela internet.

E para começar com sua lista em mãos, preencha o formulário abaixo e receba agora mesmo no e-mail a lista de antibióticos atualizada da Anvisa!

 

Lista de antibióticos e outras questões legais

A primeira lista de antibióticos apresentada pela Anvisa no Brasil listava 119 substâncias, sendo parte da Resolução nº 20, de 2011 (RDC 20/2011).

Recentemente, essa Resolução foi revogada pela RDC 471/2021, que regula a prescrição e  dispensação de antibióticos, embora não atualize a lista de substâncias.

Para apoiá-la, portanto, foi instituída a Instrução Normativa 83/2021, em que a lista confirma uma versão anterior contendo 129 substâncias.

Essa lista é confirmada pela Anvisa, que apoia a legislação referente às receitas médicas usadas para comercialização de antimicrobianos.

Conhecer essa legislação é indispensável para quem trabalha em farmácia, especialmente considerando-se a grande procura por antibióticos que não precisam de receita médica.

Parece haver uma confusão por parte da população sobre quais medicamentos são antibióticos e se todos os que pertencem à categoria precisam de receita.

Assim, também é comum haver questionamentos do tipo “azitromicina precisa de receita?”

Por isso, antes de apresentar a lista de antibióticos completa e atualizada, destacamos os principais pontos da legislação para ajudar a desfazer confusões como essas.

Legislação sobre a obrigatoriedade de receita

Desde a primeira Resolução da Anvisa referente aos antimicrobianos (RDC 20/2011), já era proibido vender substâncias da lista de antibióticos sem prescrição médica. 

Na atual RDC 471/21, a proibição é mantida, bem como os procedimentos de controle específicos praticados em unidades hospitalares ou unidades públicas de dispensação.

O Artigo 2º dessa Resolução estabelece a obrigatoriedade de dispensar medicamentos contendo substâncias antimicrobianas mediante retenção de receita.

A partir daí, são definidos os termos pelos quais essa receita deve ser preenchida e como as farmácias devem proceder em relação a elas.

A seguir, apresentamos em detalhe as determinações da RDC 471/21 quanto ao tipo de receita usado para prescrever antibióticos e procedimento das farmácias.

Como é a prescrição exigida para antibióticos

O tipo de receita usado para prescrição de antibióticos é a receita branca comum, que não tem um modelo obrigatório, embora deva conter informações específicas. 

Ela deve informar o nome do prescritor e sua inscrição no CRM com a sigla da respectiva UF, além do endereço do consultório e telefone.

Confira um exemplo de receita branca comum:

Modelo de receita simples, usada para prescrição de qualquer medicação que conste da lista de antibióticos.

Fonte: sanarmed.com

Para prescrição de antibióticos, a receita deve ser preenchida de forma legível, sem rasura e em duas vias, sendo que uma delas ficará retida na farmácia.

A prescrição deve conter nome, idade e sexo do paciente, nome do medicamento com dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e quantidade.

Além disso, precisa conter carimbo e assinatura do prescritor e informar a data de emissão, tendo validade de 10 dias a partir de então.

No vídeo abaixo, a farmacêutica Thalita Lima dá mais detalhes de como as receitas devem ser preenchidas e o procedimento padrão para as farmácias.

Ela também explica como é a prescrição para uso contínuo, como a farmácia faz a escrituração no SNGPC e como agir em casos de devolução.

É possível comprar antibióticos pela internet?

Sim! Embora muitos críticos do varejo farmacêutico online argumentem que é impossível comprar medicamentos controlados pela internet, esse argumento é uma falácia.

O Art. 12º, da RDC 471/2021 afirma que a resolução não impede a venda por meio remoto, desde que observadas as Boas Práticas Farmacêuticas.

A venda de antibióticos pela internet pode ser feita por farmácias e drogarias que se comprometam a buscar a receita médica na casa do paciente.

Se a receita estiver devidamente preenchida, a liberação do antibiótico pode ser realizada normalmente.

Ou seja, isso inclui a retenção da 2ª via da receita e sua devida comunicação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária através do SNGPC.

É possível comprar antibiótico sem receita?

Não. A venda de qualquer antibióticos é controlada porque se tratam de medicamentos cujo uso irracional pode trazer graves consequências para o paciente.  

O grande perigo do uso desregulado é desenvolver uma resistência à substância antimicrobiana, prejudicando, assim, o combate às bactérias multirresistentes.

Estimativas sugerem que essas bactérias matarão mais de 10 milhões de pessoas até 2050. 

Por isso, o combate ao crescimento dessa resistência se tornou uma das 10 prioridades para a saúde pela OMS.

Plano de Lei que propunha a venda de antibióticos sem receita foi reprovado

Recentemente, em 2018, tramitou no Senado Federal o Projeto de nº 545, que tentava aprovar a dispensação de antimicrobianas sem receita médica em situações especiais.

No caso, a liberação ocorreria somente em regiões onde não há acesso regular ao serviço de saúde pública, sob argumento de garantir acesso à medicação por quem não pode pagar por uma consulta médica particular.

O PL, porém, sofreu muitas críticas da comunidade médica e farmacêutica e foi rejeitado em consulta pública, sobretudo pelos perigos mencionados acima.

Assim, o Projeto foi arquivado ao final da legislatura, antes mesmo de chegar à Câmara dos Deputados.

 

Lista de antibióticos controlados pela Anvisa

Como vimos anteriormente, a RDC 20/2011 apresentava uma lista de antibióticos (ou lista de antimicrobianos) com 119 substâncias.

No entanto, a RDC 471/2021 segue uma versão posterior a ela, publicada na RDC 174/2017, contando, então, com 129 substâncias.

Confira abaixo o nome de todas essas substâncias!

Lista de Antimicrobianos registrados na Anvisa

(Não se aplica aos antimicrobianos de uso exclusivo hospitalar)

1. Ácido clavulânico

2. Ácido fusídico

3. Ácido nalidíxico

4. Ácido oxolínico

5. Ácido pipemídico

6. Amicacina

7. Amoxicilina

8. Ampicilina

9. Axetilcefuroxima

10. Azitromicina

11. Aztreonam

12. Bacitracina

13. Besifloxacino

14. Brodimoprima

15. Capreomicina

16. Carbenicilina

17. Cefaclor

18. Cefadroxil

19. Cefalexina

20. Cefalotina

21. Cefazolina

22. Cefepima

23. Cefodizima

24. Cefoperazona

25. Cefotaxima

26. Cefoxitina

27. Cefpodoxima

28. Cefpiroma

29. Cefprozil

30. Ceftadizima

31. Ceftarolina fosamila

32. Ceftriaxona

33. Cefuroxima

34. Ciprofloxacina

35. Claritromicina

36. Clindamicina

37. Clofazimina

38. Clorfenesina

39. Cloranfenicol

40. Cloxacilina

41. Dactinomicina

42. Daptomicina

43. Dapsona

44. Dicloxacilina

45. Difenilsulfona

46. Diidroestreptomicina

47. Diritromicina

48. Doripenem

49. Doxiciclina

50. Eritromicina

51. Ertapenem

52. Espectinomicina

53. Espiramicina

54. Estreptomicina

55. Etambutol

56. Etionamida

57. Fosfomicina

58. Ftalilsulfatiazol

59. Gatifloxacina

60. Gemifloxacino

61. Gentamicina

62. Gramicidina

63. Imipenem

64. Isoniazida

65. Levofloxacina

66. Linezolida

67. Limeciclina

68. Lincomicina

69. Lomefloxacina

70. Loracarbef

71. Mandelamina

72. Meropenem

73. Metampicilina

74. Metronidazol

75. Minociclina

76. Miocamicina

77. Mitomicina

78. Moxifloxacino

79. Mupirocina

80. Neomicina

81. Netilmicina

82. Nitrofural

83. Nitrofurantoína

84. Nitroxolina

85. Norfloxacina

86. Ofloxacina

87. Oxacilina

88. Oxitetraciclina

89. Pefloxacina

90. Penicilina G

91. Penicilina V

92. Piperacilina

93. Pirazinamida

94. Polimixina B

95. Pristinamicina

96. Protionamida

97. Retapamulina

98. Rifabutina

99. Rifamicina

100. Rifampicina

101. Rifapentina

102. Rosoxacina

103. Roxitromicina

104. Sulbactam

105. Sulfacetamida

106. Sulfadiazina

107. Sulfadoxina

108. Sulfaguanidina

109. Sulfamerazina

110. Sulfanilamida

111. Sulfametizol

112. Sulfametoxazol

113. Sulfametoxipiridazina

114. Sulfametoxipirimidina

115. Sulfatiazol

116. Sultamicilina

117. Tazobactam

118. Tedizolida

119. Teicoplanina

120. Telitromicina

121. Tetraciclina

122. Tianfenicol

123. Ticarcilina

124. Tigeciclina

125. Tirotricina

126. Tobramicina

127. Trimetoprima

128. Trovafloxacina

129. Vancomicina

 

Dados sobre o consumo de antibióticos

Como vimos no início do artigo, um relatório da OMS revelou que o consumo de antibióticos no Brasil é superior ao das Américas e Europa.

Esse consumo excessivo não tem relação com o tamanho da população brasileira, pois o estudo baseou-se no consumo de doses diárias por cada mil habitantes. 

Com uma média de 17,9 doses diárias por mil habitantes, os países europeus ficam bem atrás do Brasil, que alcança as 22,75 doses

O relatório acompanhou os dados de consumos de antibióticos por 65 países e revelou a seguinte situação para a região das Américas:

País Doses diárias por cada 1.000 habitantes
Brasil 22,75
Bolívia 19,57
Paraguai 19,38
Canadá 17,05
Costa Rica 14,18
Peru 10,26

As substâncias da lista de antibióticos mais utilizadas no mundo são a amoxicilina e a amoxicilina/ácido clavulânico.

Em 49 países, essas duas substâncias representam mais de 50% do consumo de medicamentos da lista de antibióticos.

Perguntas Frequentes

É possível comprar antibióticos pela internet?

Sim. A RDC 20/2011 não implica vedações ou restrições à venda por meio remoto. Confira como comprar antibióticos pela internet clicando aqui.

Onde conseguir antibióticos sem prescrição médica?

Não. No Brasil, não existe nem um só antibiótico que não precisa de receita. A única forma de comprar de antibióticos sem prescrição médica é de maneira ilegal. Confira os artigos da RDC 20/2011 que determinam a dispensação dos itens da lista de antibióticos apenas sob prescrição médica clicando aqui.

Conclusão: Baixe a lista de antibióticos em PDF

A própria razão de existir uma lista de antibióticos formulada pela Anvisa é que eles se tratam de medicamentos que não podem ser vendidos livremente.

Como vimos, o uso irracional dessas substâncias pode gerar consequências graves não somente para os usuários, mas para toda a população

Portanto, é indispensável observar a legislação em relação a dispensação de antimicrobianos/antibióticos, desde a prescrição ao registro no SNGPC.

Para qualquer dúvida, recomendamos consultar com atenção a RDC 471/2021, que estabelece todas as normas para prescrição e dispensação dessas substâncias.

Além disso, procure manter-se atento(a) às atualizações da Anvisa na lista de antibióticos.

Quer baixar a lista atualizada de antibióticos controlados pela Anvisa?

Então clique no botão abaixo para recebê-la gratuitamente em seu e-mail dentro de poucos instantes!

 

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