Entenda o que são placebos, como e quando eles são utilizados e qual é o seu funcionamento

O senso comum conhece os placebos como sinônimos de medicamentos enganosos e sem nenhuma eficácia, mas a verdade não é bem assim.

Em primeiro lugar, o conceito de placebo se aplica a muito mais coisas além de medicamentos, inclusive a objetos e até mesmo a situações ou comportamentos.

Mas o que é mais importante: placebos realmente funcionam!

E isso tanto é verdade que eles fazem parte do dia-a-dia da indústria farmacêutica, da prática médica e do comércio como um todo.

Ainda assim, não quer dizer também que o senso comum esteja completamente equivocado ou que não haja fundamento em sua compreensão do termo.

Afinal, o placebo, de fato, não foi feito para funcionar!

Mas então, como se explica essa contradição?

A seguir, você entenderá melhor o que é o placebo e o efeito placebo, além de conhecer seu uso e mecanismos de funcionamento. 

O que é placebo?

Os placebos são quaisquer formas utilizadas para tratamento médico sem possuírem nenhuma propriedade química realmente capaz de atuar sobre o organismo.

Seu formato mais comum é o de medicamentos, podendo ser comprimidos de farinha e amido, injeções de água ou pomadas sem nenhuma propriedade medicinal.

Mas um placebo pode ser qualquer coisa que o paciente acredite que é capaz de curar.

Um exemplo bem comum do nosso dia a dia é o hábito de tomar água com açúcar para se acalmar, quando não há nenhuma comprovação médica de que isso realmente funcione.

Assim, muitas coisas podem servir como placebo, como cristais, bebidas, aparelhos supostamente médicos que fazem barulho e piscam luzes ou simplesmente um médico atencioso!

O termo “placebo” vem do latim e significa “agradarei”, tendo aparecido pela primeira vez em um dicionário médico de 1785, definido como “um medicamento comum”.

Algumas edições depois, o dicionário passou a definir o termo como um “medicamento fictício”, inerte e inofensivo.

A popularização do recurso começou por volta dos anos 1950, quando cientistas perceberam que placebos têm uma taxa de cerca de 33% de funcionamento.

Até hoje, em diversas circunstâncias, fica mais ou menos nesse número a média de pacientes curados por “medicamentos” do tipo, sem propriedades farmacológicas.

Por mais surpreendente e inexplicável que seja, trata-se de um fato. 

E foi a partir dessa descoberta que começou a explorar-se cada vez mais o chamado “efeito placebo”.

 

O que é efeito placebo?

O efeito placebo é uma resposta fisiológica do paciente desencadeada pela crença de que o tratamento ao qual está submetido deve conduzir àqueles resultados.

Assim, na maioria dos casos, a expressão se refere a respostas positivas a tratamentos que não têm capacidade real de gerar alterações no organismo.

Mas o efeito também pode acontecer com medicação real, no sentido de que a simples crença de que o remédio funciona aumenta a sua efetividade.

E como dissemos acima, também pode acontecer como resposta aos mais variados objetos ou à simples confiança que o paciente deposita em seu médico.

Os resultados mais comuns do efeito placebo são o alívio da dor e a melhora do humor, concentração, memória e coordenação motora.

Assim, sua eficácia está mais relacionada à cura de sintomas do que de doenças.

Outra característica importante desse efeito é que ele pode ocorrer até mesmo quando o paciente tem consciência de estar tomando um “remédio fictício”.

Diante disso tudo, os placebos se tornaram recursos importantes da indústria farmacêutica e no dia a dia da prática clínica.

Entenda agora onde esse tipo de produtos está presente e com qual finalidade. 

   

Como os placebos funcionam?

Não existe uma resposta definitiva para o que leva um tratamento à base de placebo a apresentar resultados similares aos tratamentos reais em determinados pacientes.

Acredita-se que as expectativas do paciente sejam uma peça central nesse processo, mas não há uma explicação estabelecida sobre como elas agem.

Ainda assim, a relação é evidente por diversos motivos, como o fato de que quanto mais elaborado o placebo, maior a sua eficácia.

Nesse sentido, uma máquina de placebo traz resultados melhores que injeções, que por sua vez fazem mais efeito do que as pílulas e os comprimidos.

Também há algumas informações que podem contribuir para o funcionamento do placebo, como dizer que é um remédio caro ou um tratamento novo e revolucionário.

No caso dos comprimidos, ainda, a aparência tem um papel fundamental.

O comprimido que apresenta uma marca ou vem em uma caixa de aspecto atraente provoca mais efeito que os de aparência mais simples.

Além disso, a cor do produto faz muita diferença.

Placebos de cor azul funcionam melhor como calmantes e sedativos, enquanto os amarelos têm um bom efeito antidepressivo.

Vermelhos e laranjas são estimulantes, enquanto os verdes reduzem a ansiedade e os branco ajudam na redução da dor.

   

Casos em que placebos são utilizados

Atualmente, o principal uso de placebos ocorre na indústria farmacêutica, em fases de testagem de novas medicações.

Normalmente, metade dos pacientes que participam desse tipo de teste recebem a medicação real, enquanto a outra metade recebe um placebo de aparência idêntica.

No cenário ideal, nem mesmo os investigadores ficam sabendo quem recebeu o medicamento real e quem recebeu o falso.

Então, é preciso que o medicamento real apresente resultados consideravelmente melhores do que os do placebo para que ele possa ser considerado eficaz.

Há casos em que até 50% dos que receberam placebo apresentam o mesmo resultado dos outros, tornando muito difícil de sustentar a eficiência da droga.

Assim, esse recurso acaba sendo de grande utilidade para a indústria.

Porém, não é apenas nesse cenário que ele aparece, conforme você ficará sabendo a partir de agora.

 

O placebo na prática médica

O uso de placebos é muito comum na prática médica, o que levanta diversas questões éticas e morais.

Sobretudo no que se refere à relação de confiança entre médico e paciente, que é quebrada com o que pode ser considerado um verdadeiro engodo.

Além disso, por determinação do Conselho Federal de Medicina, o uso de placebo está proibido quando há tratamento eficaz para a doença em questão.

Assim, muitos médicos acabam recorrendo ao placebo apenas para satisfazer pacientes que insistem em ser medicados, mesmo sem apresentarem evidências de estar doentes.

De forma semelhante, pode ser um recurso diante da ansiedade ou reclamações vagas e generalizadas, cansaço ou qualquer mal-estar inespecífico.

Em casos onde o paciente já está consumindo muita medicação, como em tratamentos de câncer, o placebo pode reduzir a quantidade de química no corpo.

E uma vez que pode efetivamente aliviar a dor ou efeitos da quimioterapia, acaba sendo bastante utilizado nessas circunstâncias.

Outros quadros em que é bastante usado são depressão, alterações do sono e dores crônicas, além da menopausa e da síndrome do intestino irritável.

Muitas vezes, ainda, placebos são receitados de comum acordo entre médico e paciente, mantendo sua eficácia mesmo que o paciente saiba o que está tomando.

Aliás, o fato disso ser possível é o que populariza os placebos e mantém seu comércio e consumo ativos.

 

Comércio e consumo de placebos

Os placebos na forma de medicamento são menos comuns no mercado, o que não quer dizer que estejam ausentes. 

Uma simples busca na internet pode revelar diversos produtos anunciados como tal, principalmente cápsulas em frascos.

Mas há alguns tipos de placebo não anunciados e que são bastante comuns inclusive em farmácias, que são produtos como florais.

Quando passamos a outras categorias de produtos como bebidas ou objetos e acessórios em geral, aumenta ainda mais o número de placebos populares no comércio.

É muito comum encontrar pulseiras, anéis ou pedras com supostas propriedades terapêuticas, como a propriedade de melhorar o humor ou a disposição de quem os usa.

É curioso observar que muito desse comércio acontece com o consumidor tendo consciência de que a eficácia dos produtos não tem nenhuma comprovação científica.

 

Sham: a “cirurgia placebo”

Outra variação do placebo é o procedimento sham, que consiste na realização de falsas cirurgias.

Geralmente, elas usam todo o aparato de uma cirurgia comum, incluindo anestesia e incisões cirúrgicas, mas não atingem estruturas profundas.

O sham é praticado em circunstâncias variadas, como no tratamento de enxaquecas, cirurgias ortopédicas ou pacientes com Parkinson.

Nas cirurgias ortopédicas, por exemplo, podem amenizar as dores e até mesmo devolver a mobilidade a pacientes com limitações de movimentos.

O sham também pode ser a simulação de uma sessão de acupuntura, utilizando agulhas que penetram a pele apenas superficialmente.

Comparados aos resultados da acupuntura real em pacientes com síndrome do intestino irritável, o sham apresentou praticamente os mesmos níveis de eficácia.

   

Nocebo: o efeito negativo

O efeito nocebo é basicamente o mesmo que o placebo, mas provocando efeitos negativos para o paciente.

Assim, em geral, o nocebo acontece quando o paciente apresenta os efeitos colaterais de um tratamento placebo.

Porém, também pode acontecer com tratamentos reais, como quando o paciente acaba apresentando os efeitos negativos descritos na bula de um medicamento.

Este é um caso bastante comum, que resulta sobretudo da ansiedade dos pacientes e uma preocupação excessiva com efeitos colaterais.

No sentido inverso, pacientes que se preocupam menos com esses efeitos tendem a experimentá-los menos.

De um modo geral, a expectativa negativa do paciente sobre um tratamento pesa para que sua eficácia efetivamente diminua.

Não existe uma resposta definitiva para o que leva um tratamento à base de placebo a apresentar resultados similares aos tratamentos reais em determinados pacientes.

Acredita-se que as expectativas do paciente sejam uma peça central nesse processo, mas não há uma explicação estabelecida sobre como elas agem.

Ainda assim, a relação é evidente por diversos motivos, como o fato de que quanto mais elaborado o placebo, maior a sua eficácia.

Nesse sentido, uma máquina de placebo traz resultados melhores que injeções, que por sua vez fazem mais efeito do que as pílulas e os comprimidos.

Também há algumas informações que podem contribuir para o funcionamento do placebo, como dizer que é um remédio caro ou um tratamento novo e revolucionário.

No caso dos comprimidos, ainda, a aparência tem um papel fundamental.

O comprimido que apresenta uma marca ou vem em uma caixa de aspecto atraente provoca mais efeito que os de aparência mais simples.

Além disso, a cor do produto faz muita diferença.

Placebos de cor azul funcionam melhor como calmantes e sedativos, enquanto os amarelos têm um bom efeito antidepressivo.

Vermelhos e laranjas são estimulantes, enquanto os verdes reduzem a ansiedade e os branco ajudam na redução da dor.

     

Conclusão: os placebos no dia a dia da farmácia

Há vários medicamentos no formato de pílulas e comprimidos que incluem uma certa quantidade de placebos nos frascos comercializados.

Isso acontece especialmente em alguns casos de medicamentos controlados, para reduzir a quantidade de química ministrada, mantendo-se a eficácia da medicação.

Assim, compreender o que são os placebos e as circunstâncias em que são usados é fundamental para quem trabalha no varejo farmacêutico.

Da mesma forma, é essencial conhecer as classes de medicamentos comercializados em farmácias e drogarias.

Classificações como “medicamentos de referência”, “éticos”, “similares” e “genéricos” também precisam ser amplamente compreendidos pelos profissionais do setor.

Portanto, seja qual for a sua função na farmácia, aprofunde seu conhecimento sobre o tema clicando no botão abaixo!

 

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