Classe de medicamentos: o que é, como identificar e como realizar a intercambialidade

Entender o que é uma classe de medicamentos é o primeiro passo para simplificar a compra de insumos para sua farmácia. 

Durante essa compra, é muito comum haver confusão com a variedade dos medicamentos no mercado brasileiro e as nomenclaturas que cada um carrega.

Dentre as classificações de medicamentos, existem os éticos, os referências, os similares e os genéricos, sendo que cada um deles possui a sua especificidade.

O principal ponto de atenção para compreender as classes de medicamentos é entender que, apesar de diferentes, em muitos casos estes medicamentos são equivalentes.

E essa equivalência tornou-se possível a partir da busca por uma maior democratização e acesso da população a diferentes tratamentos e medicamentos. 

Assim, surgiram as demais classes de medicamento que podem substituir, de forma segura, os fármacos que originaram o uso de seu princípio ativo.

Entenda, abaixo, o que configura cada classe e quando é possível substituí-las através da intercambialidade de medicamentos!

O que é classe de medicamentos?

A classe de medicamentos promove a divisão de todos os fármacos do mercado brasileiro em categorias específicas conforme sua hierarquia de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

O que ocorre é que, após a quebra de patente dos medicamentos conhecidos como “éticos”, outras indústrias farmacêuticas podem começar a reproduzir a fórmula do anterior, desde que sigam orientações e os adéquem às suas determinadas classes.

Entenda abaixo quais são as principais classes de medicamento.

   

Quais são as principais classificações de medicamentos

Conforme legislação da ANVISA, existem três classes de medicamentos: referência, similar e genérico. 

Todos os tipos de remédios do mercado podem ser encaixados nessas três classificações e, dentro delas, podem se dividir em diferentes categorias de medicamentos, como antibióticos, antitérmicos e anti-hipertensivos, por exemplo.  

Para compor um estoque variado de uma farmácia ou drogaria, o ideal é que a gestão do estabelecimento consiga dividir a receita entre eles, oferecendo tanto medicamentos de referência quanto genéricos e similares aos seus consumidores.

 

Medicamentos de referência (o famoso ético)

A primeira classe de medicamento é chamada “referência”, pois é a partir dos fármacos desta classe que as outras categorias são criadas, já que foram os primeiros a serem desenvolvidos a partir dos estudos de uma determinada composição.

São esses medicamentos inovadores e autênticos que antigamente podiam ser encontrados nas drogarias como “de marca”, “ético” ou “original”.

Para compreender a importância destes remédios, eles respondem por grande parte do varejo farmacêutico mundial, e a empresa que desenvolve um medicamento de referência (o ético) detém a sua exclusividade no mercado por até 20 anos (no Brasil)!

Para um medicamento de referência entrar no mercado, são necessários muitos anos de estudo e pesquisas clínicas sobre um fármaco para que se comprovem seus resultados e eventos adversos na população.

 

Assim, um medicamento “de marca”, precisa apresentar estudos que comprovem sua:

  • eficácia;
  • segurança;
  • e qualidade.
 

Por isso, há muito investimento em ciência e tecnologia por parte das indústrias farmacêuticas em medicamentos de referência que, por essas características, geralmente, são mais caros e mais difíceis de serem adquiridos por boa parte da população.

 

Medicamentos similares

A segunda classe de medicamentos é a dos similares. 

Essa categoria engloba todos os remédios registrados na ANVISA que possuem o mesmo princípio ativo que os de referência, mas podem ser produzidos por qualquer laboratório após a quebra da patente — assim como os genéricos.

Dessa forma, os medicamentos similares apresentam equivalência determinada ao medicamento “original”, mas ainda preservam características próprias, como nome comercial, tamanho e formas específicas, rótulo, excipientes e veículos. 

 

Para um medicamento similar ser registrado no Brasil, as indústrias farmacêuticas precisam entregar um estudo sobre a segurança e qualidade do produto mais as seguintes comprovações:

  • equivalência farmacêutica;
  • perfil de dissolução;
  • e bioequivalência / biodisponibilidade relativa (BD/BE).
 

Feito isso, farmácias e drogarias podem comercializar estes produtos com valores de venda reduzidos — se comparado ao de referência — para alcançar públicos que não conseguem arcar com o custo de medicamentos mais caros.

Mas um ponto interessante dos similares é que eles podem acabar se tornando referência também!

 

Similar e referência são a mesma coisa?

Em suma, não! Mas uma coisa é o que diz a legislação, e outra é a prática!

Conceitualmente, o medicamento de referência é o que conhecemos também por “ético”, ou seja, o fármaco que foi aprovado como inovador pelo comitê de ética da ANVISA ou órgãos equivalentes em outros países.

No entanto, o que faz ele se tornar uma referência é seu tempo de exclusividade no mercado, além da confiança ganhada automaticamente pela indústria que o produziu.

Assim, profissionais da saúde se acostumam a prescrever e dispensar esses medicamentos por muitos anos.

Mas, com o surgimento dos similares, que também recebem uma marca comercial, esses profissionais podem prescrever e dispensar os medicamentos daqueles laboratórios nos quais mais confiam.

Com essa prática, alguns medicamentos similares também acabaram se tornando referências nos consultórios e nas farmácias.

Então, ainda que a legislação aponte apenas 3 classes de medicamentos, a prática mostra que existem 4: os éticos, os similares, os referências e os genéricos.

 

Entendê-los é simples!

  • Éticos: medicamentos inovadores aprovados por comissões de ética.
  • Similares: produzidos por laboratórios terceiros após a quebra de patente dos éticos, podendo conter uma marca comercial.
  • Referência: medicamentos que são referências para as comunidades médica e farmacêutica. São os medicamentos éticos e alguns similares que alcançaram grande reconhecimento.
  • Genéricos: produzidos por laboratórios terceiros após a quebra de patente dos éticos, mas não podem exibir marca comercial.
 

Medicamentos genéricos

Um genérico é um medicamento que possui a mesma fórmula do medicamento de referência. 

A diferença está em sua produção realizada por outro laboratório após a quebra de patente, com insumos mais baratos ou subsidiados — o que garante um valor de custo muito menor.

Por não possuírem patente exclusiva e utilizarem a fórmula do medicamento de referência, os genéricos não podem apresentar um nome comercial (como Dorflex, Luftal ou Neosaldina). 

Por isso, eles carregam apenas o nome científico (também chamada Denominação Comum Brasileira ou DCB), ou seja, apenas o nome de sua substância ativa.

 

Existem normas rigorosas da ANVISA para garantir que medicamentos genéricos possuam os mesmos critérios de segurança, eficácia e qualidade que um medicamento “de marca”.

A agência realiza testes e comparativos de desempenho e efeitos adversos desta classe de medicamentos periodicamente.

Tudo isso para manter a autorização de comercialização destes produtos no país.

Ainda que sejam amplamente conhecidos, existem muitos mitos sobre a eficácia dos medicamentos genéricos. 

No entanto, eles são extremamente seguros e, por isso mesmo, sua venda e consumo é estimulada por profissionais de saúde e órgãos do governo.

   

Posso trocar um medicamento por outro?

Sim, mas nem sempre!

Muitos consumidores de medicamentos de referência nem sempre conseguem pagar sempre por eles. 

O alto custo destes medicamentos atrapalha a adesão ao tratamento, principalmente de condições e doenças crônicas, que exigem uma medicação constante ao paciente.

Assim, através de regras estabelecidas pela ANVISA, é possível trocar um medicamento de referência por um genérico ou similar de mesma equivalência. 

A isso chamamos “intercambialidade de medicamentos”.

Praticar a intercambialidade na sua farmácia ou drogaria é simples. 

 

O primeiro passo é possuir um estoque diverso, que te permita oferecer opções diversas, com diferentes preços, para cada tipo de cliente. 

Assim, é possível conferir se eles apresentam, de fato, biodisponibilidade e bioequivalência com segurança — o que impede perdas ao paciente durante seu tratamento.

Para isso, é preciso atentar-se à lista oficial de Intercambialidade da ANVISA e orientar seus colaboradores a sempre consultá-la.

 

Todos os medicamentos são intercambiáveis?

Não, nem todos os medicamentos são intercambiáveis. 

 

As regras de intercambialidade definem o seguinte:

  • medicamentos de referência podem ser substituídos por genéricos ou similares equivalentes;
  • genéricos podem ser substituídos por referências equivalentes;
  • similares podem ser substituídos por referências equivalentes;
  • genéricos não podem ser substituídos por similares e vice-versa;
  • similares não são intercambiáveis entre si.

Entender visualmente é mais simples:

 
Como praticar a intercambialidade entre diferentes classes de medicamentos
Intercambialidade entre classes de medicamentos
 

Além disso, medicamentos isentos de prescrição (MIPs ou OTC), fitoterápicos, específicos como vitaminas, minerais, aminoácidos e hemostáticos, não podem ser substituídos.

Assim, a terapia deve ser mantida com o medicamento indicado pelo(a) prescritor(a).

Em receitas emitidas na rede pública de saúde, os medicamentos de referência podem ser substituídos por genéricos. 

Já em receitas emitidas pela rede particular de saúde, é preciso respeitar a escolha do prescritor ou do paciente.

Além disso, farmacêuticos possuem papel essencial em indicar o melhor tratamento ou a aconselhar as substituições entre remédios de referência, similares e genéricos, sempre respeitando a opinião, tanto do médico quanto do paciente atendido.

 

Benefícios da intercambialidade para sua farmácia

A intercambialidade de classes de medicamentos traz muitas vantagens para o seu negócio. 

Além de favorecer uma melhor adesão ao tratamento do paciente, ela diminui custos de aquisição da sua farmácia, diminuindo seu CMV.

Por regra, um medicamento genérico deve possuir ao menos 35% de valor de venda inferior ao de referência.

Além disso, quando medicamentos genéricos e similares surgem no mercado, após a quebra de exclusividade do medicamento “de marca”, eles agitam a concorrência, abaixando o preço e favorecendo não só o varejo farmacêutico, mas, principalmente, os consumidores.

   

Conclusão

Agora que você já entende o que é uma classe de medicamentos, as diferentes opções e como identificá-las em cada categoria, é importante descobrir maneiras de variar os tipos de remédios da sua farmácia ou drogaria.

Praticando a intercambialidade, você promove o seu estabelecimento ao oferecer uma grande variedade de opções aos seus clientes — de medicamentos mais em conta aos mais referenciados do mercado.

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