Saiba o que são medicamentos alopáticos e de que forma se diferenciam dos homeopáticos e fitoterápicos

No dia a dia do varejo farmacêutico, ouve-se muito a expressão medicamentos alopáticos para referir-se a um tipo específico de medicação.

O termo engloba uma quantidade realmente grande de medicamentos, trazendo ainda várias subdivisões em sua classificação.

Assim, é fundamental para qualquer profissional da área a compreensão exata do termo e de toda a gama de medicamentos a que ele se aplica.

E nesse contexto, também é importante identificar a relação entre ele e outras expressões como medicamentos homeopáticos e fitoterápicos.

Homeopáticos e fitoterápicos também são classificações amplas e populares, sendo bem comum haver confusão entre os termos ou quanto ao significado específico de cada um.

Por exemplo, não há propriamente uma distinção entre medicamentos alopáticos e fitoterápicos, embora o senso comum, muitas vezes, coloque-os como tipos opostos.

Para entender essa e outras questões relativas aos termos, acompanhe nossa discussão e conheça a alopatia em detalhes.

O que são medicamentos alopáticos?

Os medicamentos alopáticos são os que atuam no sentido contrário à doença, combatendo suas causas no organismo e agindo para eliminação dos sintomas.

Como se refere à forma de atuação do medicamento, e não à sua composição, acaba englobando a maior parte da medicação comercializada em farmácias.

O termo vem do grego allos, que quer dizer “outro” e “diferente”, acrescido do sufixo pathos, que significa “sofrimento”. 

Assim, allos + pathos = “diferente do sofrimento”, uma substância que age em oposição aos males.

A expressão foi usada pela primeira vez em meados do século XVIII pelo médico alemão Samuel Hahnemann, criador da homeopatia.

Como se refere a uma gama muito ampla de medicamentos, possui várias subdivisões e classificações baseadas em diferentes fatores.

Elas podem identificar a origem e o tipo das substâncias utilizadas, como é o processo de produção do medicamento ou quais doenças eles combatem.

A seguir, conheça os principais parâmetros para classificação dos remédios alopáticos e os tipos de medicação que pertencem a cada uma das categorias.

 

Tipos de medicamentos alopáticos

A primeira diferenciação que se pode fazer entre os alopáticos diz respeito à origem da substância utilizada, que pode ser animal, sintética, mineral e vegetal.

Muitos antibióticos, ainda, são feitos de substâncias extraídas de fungos e bactérias, que pertencem a um reino próprio da natureza, não sendo animal nem vegetal.

Um exemplo de medicamento de origem animal é o captopril, anti-hipertensivo feito à base do veneno de cobra (jararaca).

Já os minerais originam medicamentos como antiácidos, enquanto os vegetais são utilizados em fármacos como a morfina.

Medicamentos sintéticos são feitos a partir de reações químicas facilmente controladas, e exemplos bem comuns desse tipo são a aspirina e o paracetamol.

Eventualmente, as substâncias utilizadas para a fabricação dos medicamentos são submetidas a algum controle especial por parte da Vigilância Sanitária.

Assim, geram também uma distinção entre medicamentos livres de prescrição médica e medicamentos controlados.

Para designar o tipo de doença que o medicamento combate, os alopáticos normalmente têm um “anti” no nome: antiinflamatórios, antimicrobianos, antialérgicos etc.

Já a divisão em classes de medicamentos (referência, similares, genéricos etc.) se refere a questões de patente e fabricação.

Ainda em relação à fabricação, os alopáticos podem também ser industrializados ou manipulados.

 

Industrializados X Manipulados

Enquanto os medicamentos industrializados são produzidos em massa nas indústrias, os manipulados são feitos sob demanda e individualmente nas farmácias de manipulação.

Assim, aquele que é produzido por manipulação atenderá as especificações da receita quanto à concentração de substâncias utilizadas e dosagem final do remédio.

Isso impede também a padronização de embalagens para esse tipo de produto, enquanto a medicação industrializada segue padrões tanto de composição quanto de embalagem.

Também a fiscalização e necessidade de registros nos dois ambientes diferem em diversos aspectos.

Por exemplo, os medicamentos produzidos na indústria precisam ser registrados junto à Anvisa, enquanto os manipulados escapam a essa obrigatoriedade.

Neste caso, somente as próprias farmácias de manipulação devem ser registradas, passando por fiscalização do serviço de vigilância sanitária.

De toda forma, em ambos os casos, o processo de produção dos medicamentos é supervisionado por profissionais qualificados da área farmacêutica.

Por utilizarem muitos coadjuvantes como conservantes e estabilizantes em suas formulações, os remédios industrializados costumam ter um prazo de validade maior que os manipulados.

Estes, em geral, têm um prazo de validade vinculado ao período de tratamento do paciente.

   

Medicamentos biológicos: um tipo diferente de tratamento

A definição de medicamentos biológicos se refere à origem das substâncias utilizadas para compor a medicação, que, no caso, é de fontes biológicas.

Eles chegaram ao mercado no início da década de 1980, com um tipo de insulina humana, e desde então vêm sendo cada vez mais utilizados.

Na maioria dos casos, eles são fabricados a partir de células geneticamente modificadas para produzir uma proteína ou efeito desejado.

Já os hemoderivados são derivados do sangue, de onde se pode extrair, por exemplo, o Fator Anti-hemofílico, usado no tratamento da hemofilia.

Assim, em geral, os biológicos têm ação alopática, embora se aproximem da homeopatia, por exemplo, em vacinas que utilizam versões modificadas e inativas de vírus.

Os medicamentos biológicos trouxeram avanços significativos ao tratamento de várias doenças, especialmente doenças crônicas como o câncer.

Outros quadros que utilizam esse tipo de medicação são a asma, a artrite reumatoide, a esclerose múltipla, a psoríase, etc.

O tipo mais comum de medicamento biológico é a insulina e outros hormônios como o hormônio do crescimento.

   

Fitoterápicos: a alopatia natural

A denominação “medicamentos fitoterápicos” se refere, mais uma vez, à origem das substâncias que compõem a medicação, e não à sua forma de atuação.

Assim, os fitoterápicos são também alopáticos quanto à forma de atuação, diferindo apenas quanto à matéria-prima.

Fitoterápicos têm origem exclusivamente vegetal, sendo, por isso, conhecidos como medicamentos naturais.

Normalmente, apresentam os mesmos princípios ativos dos sintéticos e outros alopáticos comuns, embora em concentrações menores.

Assim, podem ter a mesma eficácia que eles, eventualmente exigindo um tempo maior de tratamento.

Seu processo de produção segue o mesmo controle por parte da Vigilância Sanitária que qualquer outro tipo de medicamento.

Uma vez que sua composição envolve menos químicos, eles costumam ser menos tóxicos do que os alopáticos comuns e gerar menos dependência.

Por todos esses motivos, eles vêm sendo cada vez mais utilizados, atraindo sobretudo as pessoas interessadas em reaproximar-se da natureza.

Para entender melhor o que são os fitoterápicos e como eles funcionam, confira o nosso artigo específico sobre o tema!

     

Qual a diferença entre remédios alopáticos e homeopáticos?

Enquanto os alopáticos atuam no sentido contrário à doença, os homeopáticos procuram combatê-la a partir dos seus próprios elementos causadores.

Nesse sentido, os dois modelos podem ser considerados opostos.

A própria palavra “alopatia” foi usada originalmente como um termo pejorativo por adeptos da medicina natural e alternativa, entre eles, os que defendiam a homeopatia.

Conforme a Associação Paulista de Homeopatia, o modelo busca tratar o doente e não a doença, abordando o indivíduo como um todo: corpo e mente.

O uso de medicamentos homeopáticos objetiva a não produção de toxicidade, atuando de forma energética.

Para isso, trata-se o organismo utilizando as mesmas substâncias que provocaram a doença, ministradas em doses bastante reduzidas.

Por exemplo, para reduzir uma febre, a homeopatia ministra doses reduzidas do mesmo agente causador do quadro, estimulando a reação do organismo.

Por conterem concentrações muito diluídas de substâncias naturais e não envolverem compostos químicos, esses medicamentos costumam provocar poucos efeitos colaterais. 

Geralmente, são produzidos e comercializados em farmácias de manipulação, cumprindo as mesmas exigências legais e sanitárias de qualquer tipo de medicamento.

   

Riscos de interação e do uso irracional de medicamentos

Há uma crença popular segundo a qual os medicamentos fitoterápicos e homeopáticos não apresentam riscos por serem remédios naturais.

Porém, tal crença não procede, e é preciso ficar atento(a) aos riscos da utilização de qualquer tipo de medicamento.

Além disso, a utilização combinada de diferentes tipos de remédios leva ao risco de interação entre medicamentos.

Embora a homeopatia não descarte o uso de alopáticos, e tanto homeopáticos quanto fitoterápicos costumem ser usados como tratamento complementar, tal uso precisa ser orientado.

Os riscos de interação são maiores entre fitoterápicos e alopáticos comuns, que podem trazer componentes que entrem em conflito.

Já a combinação entre alopáticos e homeopáticos pode anular o efeito da homeopatia.

Em qualquer circunstância, o ideal é que o(a) médico(a) seja sempre consultado(a) em relação a quaisquer outros medicamentos utilizados em um tratamento.

Afinal, a automedicação é uma das maiores causas de intoxicação no Brasil, causando cerca de 20 mil mortes por ano.

   

Conclusão: conhecendo a fundo os medicamentos alopáticos

Estas são as principais características dos medicamentos alopáticos e suas subdivisões.

Conforme ficou demonstrado, o termo se aplica a um grande número de medicamentos e pode apresentar subcategorias estabelecidas por diversos parâmetros.

Entre os tipos de medicamentos discutidos aqui, que incluem fitoterápicos e biológicos, somente os homeopáticos representam de fato uma categoria à parte.

Mas uma das classificações mais importantes para se conhecer no varejo farmacêutico é a de classes de medicamentos, essencial para se realizar a intercambialidade.

Portanto, é indispensável a qualquer pessoa que trabalhe em farmácias e drogarias entender as diferenças entre medicamentos de referência, similares e genéricos.

Para aprofundar-se no tema e não cometer erros na hora de fazer a intercambialidade, clique no botão abaixo e confira nosso artigo sobre classes de medicamentos.

 

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